Os colegas de trabalho diziam que Valdés era o "Seu Madruga" sem tirar nem por, pois gostava de se vestir daquela mesma forma, fumava bastante e, segundo a Florinda Meza "levava a vida com muito relaxo".
Mesmo já sendo um ator experiente, todo aquele reconhecimento do público era algo inédito para Valdés.
Em Frederico (Federrico, em espanhol), interpretou o "Don Mocho", até que voltou para o Chaves em 1981, onde ficou pouco tempo, e voltou a atuar ao lado de Carlos Villagrán em Ah que Kiko!, onde seu personagem também se chamava Don Ramón.
Chespirito ligava insistentemente pedindo para que Valdés voltasse, pois dizia que este era o único companheiro que já o fizera chorar de rir.
Os últimos anos da carreira de Valdés foram dedicados ao circo, porém infelizmente o vício do cigarro consumia lentamente sua vida e, em 1988, após mais de dois meses internado no Hospital Santa Lena, faleceu vítima de um câncer de pulmão.
Edgar Vivar, o Seu Barriga, disse ter recebido a notícia no aeroporto, ao voltar de viagem, pensando se tratar de uma brincadeira, visto os dois serem muito próximos Já Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, chora até hoje a perda do companheiro, a quem tinha como um pai.
Carlos Villagrán teria dito que costumava visitar o amigo no hospital, chegando até combinar de se encontrar com ele no inferno. Mas de todos os atores das séries de Chespirito, nenhum sentiu mais a morte de Don Ramón como Angelines Fernandéz, a bruxa do 71. Uma filha de Valdés (ele teve mais ou menos 10 filhos) contou que a atriz passou um grande tempo conversando com o amigo, debruçada sobre seu caixão. Repetia: "Mi roro, mi roro", que era o jeito carinhoso com que o chamava… O sofrimento de Angelines foi além da mera tristeza. Há quem afirme que após a morte de Don Ramón, a atriz descuidou da saúde, passando até a fumar mais do que de costume.
No México, Raul Padilha, o Jaiminho, foi aos poucos tapando o buraco deixado por Don Ramón, praticamente assumindo sua identidade.
Fica para recordação dos eternos fãs uma declaração dada por Chespirito sobre o que sentia pelo amigo:
"Uma espécie de inveja boa, de suas faculdades de expressão. Ramón podia fazer um gesto tosco e a pessoa começava a tremer, eu pensava: "que não me encontre com um desses à noite na rua", e logo imediatamente, um sorriso, e a pessoa o adorava porque era de uma simpatia genial. Um pouco descuidado, talvez não chegou a brilhar mais, não por falta de talentos, senão porque… não tinha muito
interesse nisso".
Fonte: Portal SBT Now
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